12/2/2020 - Neste Verão, a população que pretende aproveitar o período do carnaval com maior tranquilidade, longe da folia, poderá visitar as atrações da Fazenda Palma, localizada no Distrito de Varpa.  
A fazenda está aberta de terça-feira a domingo, das 8 às 18 horas e possui preços especiais aos visitantes que apreciam o contato com a natureza. De terça a sexta-feira, a entrada cobrada é de R$ 10,00 por pessoa. Crianças até seis anos não pagam. Aos sábados e domingos o preço cobrado por pessoa é de R$ 20,00 e no pacote família, R$ 15,00.

Vale lembrar que aos sábados e domingos, crianças de 7 a 13 anos e idosos com mais de 60 anos pagam meia entrada (R$ 10,00).  De terça a sexta-feira, os quiosques podem ser alugados a R$ 30,00. Aos sábados e domingos, o custo sobe para R$ 50,00.
A Fazenda Palma possui trilhas, redário coberto (para colocação de redes), oito quiosques completos e churrasqueiras móveis que podem ser utilizadas, gratuitamente, por empréstimo. A cachoeira está aberta ao público. O local foi reformado com novas adequações, com ligação de água potável, chuveiros e banheiros.
A Fazenda Palma possui parceria com o projeto Expedição Varpa, com passeios de caiaque no Rio do Peixe.  
Em breve, a Fazenda Palma terá um hostel com pousada próximo a cachoeira.

Regras

Vale lembrar que as novas regras foram estabelecidas pela diretoria da Corporação Evangélica Palma com base nos valores e princípios que norteiam a instituição e, em especial, em respeito à memória e desejo dos fundadores, que doaram essa fazenda para uso conforme os costumes cristãos evangélicos. 
“A exploração turística da Fazenda Palma iniciou-se após Tupã receber o título de estância turística e, durante vários anos, vinha sendo explorada de maneira contrária aos valores e princípios que norteiam a instituição e principalmente contra o desejo dos fundadores/doadores, que eram todos evangélicos”, afirmou a presidente da entidade, Roseli Rodrigues.
A Fazenda Palma é um local privilegiado por sua beleza natural e propícia para o lazer. Por isso, a corporação decidiu manter a exploração turística, mas com regras que estejam de acordo com seus valores e princípios.
Vale ressaltar que os visitantes podem consumir bebida alcoólica no local, mas, somente cerveja e de forma moderada. É proibido na Fazenda Palma adentrar em áreas e instalações reservadas, levar animais de estimação para dentro da área da cachoeira, levar bebidas em garrafas de vidro, portar arma de fogo, fazer uso de drogas, usar trajes inadequados, ligar aparelhos de som de qualquer tipo, entrar à margem esquerda da cachoeira, uso de barracas em geral e fazer fotos com finalidade publicitária, por exemplo.
Roseli explicou que a principal atividade da Fazenda Palma não é a exploração da cachoeira, mas o acampamento evangélico. “Por ser uma instituição evangélica, a diretoria pede a compreensão dos frequentadores quanto às novas regras e espera que todos possam cumpri-las para que as portas se mantenham abertas para visitação”, afirmou.
A área da cachoeira recebeu reformas e melhorias. Foram reconstruídos os quiosques que contam com churrasqueira, mesa, bancos, uma bancada com torneira, que podem ser agendados com antecedência. No momento, a fazenda possui oito quiosques.  ”Temos uma lanchonete muito agradável, que recebeu reformas e que está sendo dirigida pela Márcia Félix”, afirmou a presidente da entidade.
Os visitantes recebem pulseiras de identificação de cores diferentes, que correspondem ao valor da entrada. Roseli afirmou que em breve a Fazenda Palma receberá novas melhorias e benfeitorias para melhor atender aos visitantes.

História

A Corporação Evangélica Palma, proprietária da Fazenda Palma, é uma associação sem fins lucrativos, de cunho religioso e cultural, organizada por imigrantes letos que chegaram no Brasil em 1922, fugindo do comunismo e da perseguição religiosa.  A associa-ção foi criada em 20 de julho de 1929.
O pastor Osvaldo Ronis, autor do livro “Uma epopéia de fé”, que conta a história da imigração leta no Brasil, declara que a Fazenda Palma foi santificada pelos fins que motivaram a sua existência desde suas origens e igualmente sua doação, ou seja, as finalidades da autora, que é a própria Fazenda Palma, jamais poderiam ser desvirtuadas e, assim, esse bem jamais poderia ser vendido no todo ou em parte.
Em 1964, a corporação estava com 42 membros idosos, com problemas de saúde e, sem condições de trabalhar e cuidar da Fazenda Palma, e decidiu doá-la para a Convenção Batista Brasileira, que deveria se encarregar de prover parte do sustento dos doadores, também implantar um acampamento evangélico, prover sustento missionário, devendo a donatária cuidar desses idosos até o fim da vida de cada um deles.
Em 1973 a Convenção Batista Brasileira doou a Fazenda Palma para Juerp (Junta de Educação Religio-sa e Publicações), que é uma instituição ligada à Convenção Batista Brasileira.
Em 1995, a Fazenda Palma estava sob risco de ser vendida para pagamento de dívidas contraídas pela Juerp. Diante dessa notícia, a Associação Batista Leta do Brasil, que tem sede em Nova Odessa, decidiu intervir para impedir sua venda, pois trata-se de um importante patrimônio histórico, cultural e religioso do povo leto.
Foi nesta ocasião que João Augstroze Júnior passou a gerenciar a Fazenda Palma e permaneceu à sua frente até março de 2015, quando faleceu. Durante os 20 anos de gestão feita por ele, muitos associados faleceram, outros foram desligados, mas não foram associados novos membros e, por isso, a corporação contava apenas com dois membros: João Augstroze Júnior e sua esposa Eldah. Essa assumiu a presidência da CEP e elegeu seu irmão secretário, continuando assim apenas com 2 membros.
Devido a irregularidades na representação da Corporação Evangélica Palma e na gestão da Fazenda Palma, que culminou com a perda de 25% de suas terras e ainda estava ameaçada de perder mais 25%, Ricardo Ekstein Fernandes, descendente de letos, se levantou em defesa da instituição e de seu patrimônio material mais importante e comunicou o presidente da Associação Batista Leta do Brasil, pastor Benjamim Willian Keidann, o que estava acontecendo.
Assim, diante de mais uma ameaça concreta, a ABLB novamente interviu para impedir a dilapidação da Fazenda Palma, que é patrimônio histórico, cultural e religioso do povo leto e dos evangélicos da denominação batista e requereu judicialmente sua nomeação como administradora provisória para convocar uma assembleia geral extraordinária,  para eleição de uma diretoria e conselhos fiscal e de patrimônio, composta por 14 membros.
Em 14 de abril de 2018, por meio de uma liminar deferida pelo juízo da 3ª Vara Cível de Tupã,  foi feita uma assembleia geral extraordinária que elegeu uma nova diretoria, conselho fiscal e conselho de defesa do patrimônio e também aprovou um novo estatuto, de acordo com a lei civil, e com cláusulas protetivas do patrimônio e dos valores e princípios da CEP.
Porém, essa diretoria só assumiu a gestão no final de setembro de 2018 e, uma das primeiras providências tomadas foi o fechamento da Fazenda Palma para visitação  à cachoeira e acampamentos, pois a estrutura estava bastante depredada pelo uso intenso e falta de manutenção adequada. Hoje são mais de 40 membros associados que se reúnem a cada 90 dias em assembleia geral ordinária para prestação de contas e tratar de assuntos de interesse da CEP.

Diretoria
executiva

A diretoria executiva da Corporação Evangélica Palma é formada pela presidente Roseli Rodrigues; vice-presidente, Carlis Kasbar; secretária, Luiza Inara S. Osis; 1º tesoureiro, Vitoldo Osis; e 2º tesoureiro, Aivars Kagis. O conselho fiscal é formado por Oliva Eloísa Grimm Arais, Lucas Silman e Cláudio Leonardo Balaniuc. O conselho de defesa do patrimônio é formado por Erlings Arais, Benjamin Willian Keidann e Milton Osmar Malves.