Erva-cidreira: a erva que comprovadamente reduz a ansiedade e ajuda a adormecer melhor

Variedades


19/9/2024 - Originária da região mediterrânea e do Sul da Europa, a erva-cidreira, de nome científico melissa officinalis, pertence à família das mentas e é identificável pelas folhas verdes e ovais de um agradável aroma cítrico. Apesar disso, os motivos de sua popularidade estão majoritariamente ligados às propriedades medicinais, sobretudo seus efeitos calmantes sobre o corpo e a mente.
Acredita-se que, antigamente, os médicos árabes usavam a melissa para tratar pacientes nervosos com problemas cardíacos.
“Ao longo da história, buscamos maneiras de aliviar as doenças e viver mais tempo através do consumo de minerais, animais e, principalmente, plantas”, acrescenta Florencia Fasanella, farmacêutica especialista em plantas medicinais e autora de “A Natureza é sua farmácia”.
Para ela, as ervas, com seu incrível metabolismo, tornaram-se essenciais na medicina tradicional de várias culturas. María Jimena Lannutti, especialista em herbologia e proprietária da loja de ervas Sé Natural, por sua vez, afirma que o manejo da informação é o fator mais determinante na divulgação dos poderes das ervas.
“As pessoas estão constantemente recebendo TikToks ou postagens que explicam como acalmar os nervos ou melhorar a digestão”, avalia ela.

Erva-cidreira: 
propriedades e usos

Também conhecida como toronjil ou folha de limão, essa planta cresce espontaneamente em prados úmidos, clareiras de florestas, nas margens dos rios ou em cercas vivas e campos cultivados, em solos ricos em matéria orgânica.
Além disso, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) lista seu uso tradicional – tanto em infusão quanto em extratos hidroalcoólicos, por via oral – para tratar sintomas leves de estresse mental e para facilitar o sono, assim como para distúrbios digestivos leves, como inchaço abdominal e flatulência. Quanto às formas de uso, a instituição europeia indica as seguintes: folha da planta cortada ou pulverizada, como tal ou em forma de infusão; em forma de tintura; em extrato fluido; em extrato seco, nas doses recomendadas pelo fabricante.
É uma das ervas mais recomendadas para regular o sistema nervoso central devido ao seu efeito sedativo, que pode ajudar pessoas estressadas ou ansiosas. Em um estudo publicado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, detalha-se que, atualmente, a erva-cidreira é combinada com outras ervas calmantes e sedativas, como valeriana, camomila e lúpulo, para promover um estado de relaxamento.
“Várias pesquisas mostram que a combinação ajuda a reduzir a ansiedade e promover o sono. Por exemplo, em um estudo com pessoas com problemas menores de sono, 81% daqueles que tomaram a mistura de ervas com melissa relataram dormir melhor do que aqueles que tomaram placebo”, revela o estudo.
Paralelamente, Lannutti acrescenta que a demanda por essa erva está crescendo: “As lojas de ervas recebem pedidos para complementar tratamentos psicológicos focados no alívio da insônia, ansiedade ou estresse”, afirma.
Ela também destaca que, ao contrário de outras ervas sedativas como a valeriana, a melissa tem um gosto muito agradável.
Quanto às suas propriedades digestivas, em um ensaio clínico, com 20 pacientes que sofriam indigestão, eles foram selecionados aleatoriamente para receber uma mistura herbal contendo extrato de melissa ou um placebo. No final do período de observação, aqueles que receberam a mistura com erva-cidreira relataram uma redução na intensidade e uma melhoria nos sintomas de indigestão.
Por fim, no que diz respeito ao seu consumo, Lannutti acrescenta que tanto a adição ao mate quanto o consumo em infusão não devem ser exagerados. Não se deve ferver a erva nem adicionar água a 100 graus, pois isso pode fazer com que perca suas propriedades curativas.
Yael Hasbani, consultora em dietética e nutrição natural, sugere que, ao se aventurar no mundo das ervas, é essencial procurar um fitoterapeuta ou um médico especializado no assunto.
“Isso é obrigatório, especialmente para pacientes que tomam medicamentos, pois, em vez de obter benefícios, podem ter interações indesejadas”, finaliza.

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