(*) Roberto  Kawasaki

12/12/2025 - VERGONHOSO. Vergonhoso é o papel que a Câmara dos Deputados desempenhou nos episódios  envolvendo os ainda deputados federais Carla Zambelli, do PL, e Glauber Braga, do PSOL, que não foram cassados. O espírito de corpo, envolvendo acordos suprapartidários da direita e da esquerda, descumpriram decisões judiciais e comportamento por ferir o decoro parlamentar, e os mandatos dos supracitados legisladores federais foram mantidos.  Obviamente que ambos deveriam ser cassados. Contrariando o que a Comissão de Constituição e Justiça havia decidido, o plenário soberano se posicionou pela vergonhosa manutenção dos mandatos.
O Legislativo federal ainda irá apreciar se manterá os mandatos dos foragidos deputados Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem, que dos EUA tentam se manter deputados federais. Eduardo deveria perder o mandato por descumprir o regimento, ao ultrapassar as faltas permitidas no ano Legislativo. Ramagem  é foragido e condenado pela Justiça Federal.
Contudo, pelo comportamento adotado pela ampla maioria dos deputados federais nos processos de Zambelli e Braga, é perfeitamente previsível que tanto Eduardo Bolsonaro quanto Alexandre Ramagem continuarão deputados federais. Ambos não trabalham, tentar trabalhar a distância, como se fosse possível exercer os mandatos longe de Brasília. Não há previsão no Regimento da Câmara dos Deputados nesse sentido. Não trabalham, mas recebem. Foram eleitos para trabalhar no Legislativo federal. Mas ambos fugiram covardemente.
O que esperar, como já escrevi em artigo anterior, do “presidente” Hugo da Motta ? Esperar o quê de um deputado do baixo clero ? Também como me expressei antes, para a Câmara dos Deputados que teve presidente da estatura de Ulysses Guimarães, agora tem como seu comandante um Hugo da Motta. Convenhamos que é uma sonora decadência moral, ética, cultural, política e de caráter. Hugo da Motta é incapaz, incompetente, fraco e covarde. A que ponto chegamos.  
É desalentador assistir deputados de todas as ideologias decidirem pela manutenção do ilegal, do falso, da mentira, para fazer acordos espúrios pelas madrugadas afora, contrariando o legal, a verdade e o correto. Simplesmente VERGONHOSO.

(*) Roberto Kawasaki é economista pela FEA/USP, professor da Faccat, delegado do Conselho Regional de Economia de São Paulo  e 
colunista do DIÁRIO e Tupacity