Namorar faz bem? Saiba como o amor influencia na saúde emocional

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16/07/2025 - Quem nunca ouviu, ou até sentiu na pele, que estar apaixonado deixa tudo mais leve? A verdade é que a sensação de calma e bem-estar em um relacionamento vai além da ideia de “borboletas no estômago”. A ciência mostra que o amor pode, sim, fazer bem para a saúde emocional.
“Laços afetivos oferecem suporte e favorecem a regulação emocional diante das tensões cotidianas, proporcionando uma sensação de segurança. Assim, a pessoa tende a processar melhor as emoções e a agir com menos impulsividade ou desorganização”, explica Alexandre Shimura, psicólogo clínico e terapeuta de casal.
O profissional de saúde mental mostra como entender como os vínculos afetivos influenciam o nosso corpo, mente e emoções — e como é possível viver esse cuidado emocional mesmo fora de um relacionamento romântico. 
 
Relacionamentos saudáveis ajudam a regular emoções
 
Segundo Shimura, estar em um relacionamento estável e saudável pode trazer inúmeros benefícios emocionais. “Estudos comprovam que vínculos afetivos estáveis, pautados no respeito e com conexão emocional genuína estão associados à redução de sintomas de depressão, aumento da longevidade e maior capacidade de enfrentamento das adversidades da vida”, explica.
Mas ele alerta: “Esses benefícios estão ligados à qualidade do vínculo. Ou seja, não se trata apenas de ‘estar com alguém’, mas de investir em uma relação saudável e equilibrada.”
 
Amor também atua 
no corpo: menos estresse, 
mais bem-estar
 
A sensação de calma e leveza ao estar apaixonado não é apenas coisa da nossa cabeça — ela tem fundamento científico. Segundo o psicólogo Alexandre Shimura, essa experiência envolve tanto aspectos emocionais quanto biológicos.
“No nível do corpo, o contato físico e a conexão emocional com a pessoa amada ativam áreas cerebrais relacionadas ao prazer, liberando substâncias como oxitocina e endorfina. Estas substâncias promovem relaxamento, reduzem os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e aumentam a sensação de segurança”, explica.
Mas o efeito positivo do amor não para por aí. No plano psicológico, o vínculo afetivo também gera impacto direto na autoestima e na forma como nos sentimos no mundo.
“O sentimento de ser desejado, aceito e valorizado cria um espaço de amparo e suporte emocional. Em uma relação afetiva saudável, nos sentimos reconhecidos pela importância que o olhar do outro nos devolve, o que fortalece a autoestima, o senso de identidade e o sentimento de pertencimento”, diz Shimura.
E ainda que a ciência divida essas áreas em categorias, elas funcionam como um só organismo: corpo e mente, lado a lado. “Essa separação entre o biológico e o psicológico tem apenas uma função didática. Na prática, esses dois sistemas estão profundamente interligados, funcionando de forma integrada e interdependente”, completa o psicólogo.
 
Mas nem todo relacionamento 
faz bem...
 
É importante destacar que esses benefícios só aparecem quando há equilíbrio. “ Uma relação equilibrada é aquela em que é possível ser ‘dois’ sem deixar de ser ‘um”, diz Shimura.
Por outro lado, relacionamentos tóxicos — marcados por controle, ciúmes excessivos, manipulação ou qualquer tipo de violência — podem ter efeitos devastadores sobre a saúde mental, como ansiedade, depressão e baixa autoestima.
“Fique atento se sua autoestima é altamente dependente do seu parceiro ou parceira, se há necessidade constante de aprovação, se você renuncia aos seus desejos, opiniões e identidade para manter a relação ou, ainda, se o medo de perder o outro é permanente”, alerta Alexandre.
Se estiver em dúvida sobre a qualidade da relação, o terapeuta ainda sugere um exercício de autorreflexão. Pergunte a si mesmo:
· Essa relação te fortalece ou te esgota?
· Existe espaço para diálogo e escuta mútua?
· Há respeito às diferenças e aos limites?
· Você pode ser quem é, sem medo de julgamentos?
· Seu parceiro ou parceira dita o que fazer ou como deve se comportar?
“Quando está em uma relação saudável, você se sente emocionalmente seguro(a), confiante e respeitado(a). Já em um relacionamento tóxico, prevalecem o medo, a insegurança e a sensação constante de estar em dívida com o outro”, completa.
 
E quem está 
solteiro?
 
O terapeuta ressalta que a saúde emocional não depende de estar em um relacionamento: “Embora as relações amorosas tenham características particulares, é plenamente possível e necessário que vínculos em outros contextos também promovam apoio emocional, confiança e acolhimento.”
Relações familiares, profissionais e de amizade, assim como grupos sociais com conexões significativas (como coletivos, comunidades religiosas ou culturais) podem cumprir essa mesma função protetiva. Uma pessoa solteira pode se beneficiar intensamente de relações baseadas na escuta, no afeto e no cuidado mútuo”, afirma.
Datas comemorativas como o Dia dos Namorados podem gerar incômodo em quem está solteiro, especialmente diante das comparações nas redes sociais. Mas Shimura propõe um novo olhar:
“Pode se transformar em um convite para refletir sobre o verdadeiro significado do afeto e ampliar o olhar para outras formas de amor: o amor-próprio, as amizades profundas, os vínculos familiares, os gestos de cuidado que circulam fora do amor romântico.”

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