Seu filho merece paz: o caminho terapêutico que reduz impulsividade e crises no TDHA

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(*) Adriano de Oliveira

24/11/2025 - Na última semana falamos sobre diagnóstico do TDHA e seu papel na gestão emocional. Agora é importante que possamos nos aprofundar quando falamos dos gatilhos mentais associados ao TDAH na adolescência.
Nesse momento estamos lidando com um terreno sensível, onde impulsividade, reatividade emocional e dificuldade de foco convivem com um cérebro ainda em formação.
É um contexto desafiador para o jovem e para a família, mas que pode ser transformado quando existe um processo estruturado de psicoterapia. 
Na prática, a psicoterapia funciona como um “laboratório seguro” para que o adolescente compreenda seus padrões, aprenda a antecipar riscos emocionais e desenvolva mecanismos de autorregulação mais consistentes.
Os gatilhos mais comuns envolvem frustração rápida, sensação de injustiça, excesso de estímulos, pressão acadêmica, comparações sociais e conflitos familiares. 
Esses estímulos ativam respostas automáticas que drenam energia, dificultam a tomada de decisão e aumentam comportamentos impulsivos e sem manejo adequado, o adolescente, e muitos adultos, ficam reféns de ciclos emocionais que prejudicam autoconceito, desempenho escolar e convivência. 
Porém, com orientação profissional qualificada, o jovem passa a enxergar esses gatilhos como sinais antecipados, não como ameaças.
A psicoterapia ajuda o adolescente a construir “mapas internos”, ou seja, uma leitura mais clara de como seus pensamentos, sentimentos e comportamentos se conectam. 
Essa leitura, ou percepção mais afinada, gera autonomia emocional e reduz reações automáticas. A psicoterapia cognitiva comportamental utiliza-se de técnicas como psicoeducação, práticas de atenção plena, treino de habilidades sociais e reestruturação cognitiva que tornam-se ferramentas estratégicas, momento em que elas não apenas aliviam sintomas, mas desenvolvem uma musculatura emocional que sustenta escolhas mais maduras.
É importantíssimo saber que outro ponto decisivo nesse processo é o fortalecimento da autorregulação, pois por meio da psicoterapia, o adolescente aprende, passo a passo, a reconhecer limites, reorganizar prioridades, usar pausas intencionais e refletir antes de agir. 
Trata-se de elevar a capacidade de “segurar a impulsão” e transformar intensidade em produtividade emocional e esse processo gera ganhos significativos no ambiente escolar, nas relações familiares e na autoestima, portanto quanto mais o jovem se reconhece, mais assertivo se torna na forma de interagir com o mundo.
A psicoterapia também cria alinhamento entre adolescentes e familiares, onde os pais conseguem oferecer suporte coerente, evitar reforços negativos e construir rotinas que favoreçam a estabilidade emocional, visto que estão mais conscientes dos gatilhos comportamentais. 
Esse alinhamento evita ruídos, diminui conflitos recorrentes e reforça a sensação de pertencimento, sendo um importante fator crítico para essa fase do desenvolvimento que precisa ser trabalhada com toda atenção necessária para a neutralização desses comportamentos indesejáveis.
Sendo assim, com um diagnóstico fechado é possível a psicoterapia entrar como parceira do processo, os gatilhos deixam de dominar o comportamento e passam a ser indicadores de ajuste. 
O adolescente ganha tração emocional, desenvolve repertório, aumenta a capacidade de tomada de decisão e fortalece a autoestima e isso gera uma curva de maturidade mais estável e constrói uma trajetória de desenvolvimento saudável, onde ele se sente protagonista de suas escolhas e mais preparado para lidar com as pressões do cotidiano.

(*) Adriano de Oliveira,
psicólogo clínico e neuropsicólogo
- CRP: 06/150383
Instagram: @psicologoadrianodeoliveira

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