Liquidação do Banco Master

Economia


(*) Roberto Kawasaki 

21/11/2025 - O Banco Central executa a maior intervenção da História brasileira, ao promover a liquidação extrajudicial do Banco Master. O banco Master deveria ter sofrido intervenção do Banco Central há muito tempo atrás. E ocorreu só agora, quando Daniel Vorcaro, principal controlador do Master desde 2016, foi preso pela Polícia Federal quando tentava fugir do Brasil usando um dos seus três aviões. 
O que era escandaloso nos últimos 10 anos, estourou. Entre 2010 e 2016 o Banco Máxima, depois conhecido por Master, adquirido por Vorcaro em 2016, fraudava previdências municipais, desviando recursos financeiros, aliás, objeto de investigação da Polícia Federal na Operação "Fundo Fake". 
Após a tentativa de venda do Banco Master para a BRB, cuja finalização foi impedida pelo Banco Central, envolvendo políticos graúdos de Brasília e Rio de Janeiro, inclusive os dois governadores, a Justiça determinou o afastamento por 60 dias do presidente do Banco BRB, Paulo Henrique Costa, dentro da operação Compliance Zero da Polícia Federal. 
Há muito a investigar, pois o montante de prejuízos causados a pessoas físicas e jurídicas ainda precisa ser apurado, envolvendo, dentre outras, carteiras de créditos falsas. Os responsáveis devem ser rigorosamente punidos. 
Antes de tentar fugir, Volcaro tentou vender o Master para o grupo Fictor, numa operação de R$ 3 bilhões, contudo deveria ter a aprovação do CADE e do Banco Central, o que não foi permitido pelo Banco Central. 
Durante todo esse tempo de escandalosos desvios financeiros, sempre com o respaldo de políticos graúdos, envolvendo governadores, senadores e deputados federais, o caso Master se deteriorava a olhos vistos. 
Como alguns escabrosos escândalos chegaram num patamar insustentável e sem mais nada a fazer, Volcaro tentou fugir do Brasil. Mas, eficiente como sempre, a Polícia Federal evitou a fuga do controlador do Master. 
Será que é por que a Polícia Federal incomoda tanto que a Câmara Federal procurou aprovar o projeto antifacção, relatado por 6 vezes pelo deputado Derrite, que prejudica operacionalmente e financeiramente a instituição policial federal ? 
É coincidência ? Claro que não. Os grandes responsáveis que davam suporte para que os prejuízos fossem bancados pelo poder público, ainda devem ser apontados, bem como o montante total dos prejuízos causados a pessoas e entidades. 
O projeto aprovado com mudanças pela Câmara Federal, que causa problemas para a Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público,  deve ser contestado pelo Senado Federal. O mesmo projeto que tenta enfraquecer instituições públicas federais, beneficia criminosos de todo tipo, inclusive do colarinho branco. Muitas novidades surgirão. 

(*) Roberto Kawasaki é economista pela FEA-USP, professor da Faccat, delegado do Conselho Regional de Economia - SP, colunista da Rádio Cidade, Tupacity e DIÁRIO

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