Ganhar com o verde

Geral


(*) José Renato Nalini

30/07/2025 - Aqueles que só pensam em dinheiro deveriam lembrar que preservar florestas ou reflorestar pode ser uma atraente opção de novos lucros. Se a circunstância de a cobertura vegetal preservar a vida não é, por si, suficiente a seduzir o empresariado a investir, pelo menos a certeza de nova fonte de receita deveria motivá-lo.
Assim é que o Brasil já se aproxima de duzentos projetos de crédito de carbono em operação ou em vias de vir a sê-lo. Ainda é pouco, se for considerada a dimensão do País. Nove desses projetos ficam em territórios indígenas e quilombolas ou são desenvolvidos por cooperativas e associações. 
Os povos indígenas e tradicionais têm dificuldade em acessar o mercado de carbono devido aos custos e à elevada burocracia no formato tradicional dos projetos. A certificação de um projeto de crédito de carbono do tipo REDD – Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal custa cerca de um milhão de reais por ano. Nesse segmento, os proprietários de terra recebem um estímulo para manter a vegetação em pé. Mais de setenta milhões de hectares degradados poderiam se converter em reflorestas. E isso ampliaria os ganhos de seus titulares dominiais.
É preciso acelerar a regulamentação da lei que regularizou o mercado de crédito de carbono, recuperando o tempo perdido em sua elaboração e aprovação. Há muito dinheiro ainda disponível para investimento no Brasil e nós perdemos tempo com uma invencível e burra burocracia. 
Outra questão que impede a intensificação desse mercado é a falta de regularização fundiária. Não se sabendo a quem pertence a área, como fazer o seu posseiro receber os créditos de carbono?
A coisa boa é que também é possível ganhar dinheiro com a preservação, mediante a negociação de uma nova comodity chamada “unidade de conservação”. É o que a empresa “Tesouro Verde” negocia e consegue mostrar que preservação, em lugar de trazer dissabores, trás dinheiro. E essa é a linguagem que a maior parte do empresariado tupiniquim quer ouvir.

(*) José Renato Nalini é reitor da 
Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo 
das Mudanças Climáticas de São Paulo

Sua notícia

Esta área é destinada para o leitor enviar as suas notícias e para que possamos inserí-las em nosso portal. Afim, da população ter informações precisas e atualizadas sobre os mais variados assunto

Envie a sua notícia por e-mail:

Todas as notícias

publicidade