30/07/2025 - A Polícia Militar montou uma operação para fazer a prisão de um dos envolvidos em um forte esquema de fraudes financeiras contra idosos em Tupã, que foi preso na manhã de ontem, na região central da vizinha cidade de Arco-Íris.
A ação foi desenvolvida na manhã de ontem, por volta das 8 horas, com as participações dos policiais cabos H. Marques e Nivaldo, no cumprimento de um mandado de prisão expedido pela Justiça.
O preso era responsável por pelo menos duas casas de acolhimento de idosos, que foram objeto de investigações em novembro do ano passado por crimes de estelionato e violações do Estatuto do Idoso.
O inquérito conduzido pelo delegado Paulo Cesar Pardo Soares apurou que André Aparecido Felipe e outro administrador realizavam empréstimos fraudulentos, em nome de pacientes idosos internados nas clínicas Viva Mais e Atentos.
Para se ter uma ideia, somente uma idosa foi vítima da quadrilha e perdeu cerca de R$ 20 mil, por meio de três empréstimos fraudulentos feitos indevidamente em seu nome, enquanto estava internada no “home care".
André foi condenado a uma pena de 7 anos, 3 meses e 3 dias de reclusão, em regime inicial semiaberto, com base no artigo 158 do Código Penal, caracterizado por constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, para obter vantagem econômica indevida.
Assim que os policiais militares tomaram conhecimento da condenação, foram até o local onde o rapaz estava, onde o mesmo foi localizado, sendo abordado e informado da ordem judicial expedida para a sua prisão.
Logo em seguida, André foi trazido até a Central de Polícia Judiciária de Tupã, onde foi apresentado à autoridade de plantão, onde permaneceu à disposição da Justiça.

Maus tratos

Os proprietários das clínicas Home Care e Atentos, André Aparecido Felipe e Amaro, eram suspeitos de maus tratos a idosos nos estabelecimentos localizados nas ruas Guaranis 1.441, Potiguaras, Tiradentes e, depois, na Itapicurus, 269, estas duas últimas casas funcionando clandestinamente.
Ex-funcionários que atuaram nos estabelecimentos, alguns, inclusive, que deixaram o emprego sem receber pelo trabalho executado, informaram que além dos estelionatos continuados contra os pacientes, os idosos também eram maltratados.
Apesar de os fatos terem sido relatados, é quase impossível a existência de prova material sobre os atos. Nenhum funcionário podia portar celular. Era proibido, possivelmente diante do temor dos “patrões” de gravações de vídeos ou áudios.
O que foi informado é que os idosos eram puxados pelos braços, ficavam sem se alimentar e alguns eram até amarrados. As amarras só eram retiradas quando se aproximava o horário de visita previamente agendada por algum familiar.
Muitos dos pacientes dessas clínicas eram portadores de doenças crônicas – neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson ou que necessitam de cuidados paliativos.
Na oportunidade da vistoria nas clínicas, uma das vítimas, de 82 anos, chegou a outra clínica, para onde tinha sido transferida, desnutrida, segundo os cuidadores. Além de ter sofrido possíveis maus tratos, teve três empréstimos feitos em sua conta bancária, no valor total de R$ 20 mil. 
As buscas feitas pela polícia foram realizadas nos três estabelecimentos, mas por último apenas o "home care" instalado na Rua Guaranis, 1.441, esquina com Tapajós, foi lacrado pela Vigilância Sanitária e Ministério Público de Tupã, após a saída dos últimos pacientes do local.