Esta área é destinada para o leitor enviar as suas notícias e para que possamos inserí-las em nosso portal. Afim, da população ter informações precisas e atualizadas sobre os mais variados assunto
Envie a sua notícia por e-mail:
Últimas Notícias:
(*) Adriano de Oliveira
29/09/2025 - A insegurança emocional e a baixa autoestima na adolescência não são “apenas fases”. Funcionam como lentes que distorcem a leitura de si, dos outros e do futuro. Quando o jovem acredita que vale menos, interpreta críticas como ataques, recuos como rejeição e desafios como ameaças.
Para evitar dor, reduz a exposição: participa menos, perde oportunidades de treino social e adia decisões importantes. Esse círculo de proteção empobrece as experiências e confirma a crença inicial de incapacidade.
Na vida adulta, os efeitos surgem em formas persistentes: perfeccionismo paralisante, dependência de aprovação, medo de dizer não, relacionamentos instáveis, escolhas profissionais guiadas pelo receio do fracasso e não pelo propósito.
Esse processo se agrava quando o adolescente cresce em uma família desestruturada e em conflito. Ambientes com regras inconsistentes, explosões de raiva, silêncio punitivo, triangulação (quando o filho é colocado no meio do casal), parentificação (quando o jovem assume funções de adulto), abuso de substâncias, violência verbal ou física e separações litigiosas corroem a sensação básica de segurança.
A mensagem implícita é: “o mundo é imprevisível e eu não tenho valor suficiente para ser protegido”. O estresse tóxico altera o modo como o cérebro aprende e regula emoções; por isso muitos adolescentes alternam apatia e impulsividade, ou desenvolvem hipervigilância, sempre “preparados para o pior”. Sem uma base segura, os vínculos futuros tendem a reproduzir padrões de controle, submissão ou fuga.
Como os pais podem agir?
O primeiro passo é presença qualificada: estar junto sem invadir, escutar sem corrigir de imediato e validar a emoção antes de aconselhar. Em vez de “não é nada”, prefira “consigo ver que doeu”.
Perguntas abertas ajudam a organizar o que se sente: “o que você notou no corpo?”, “que pensamento passou?”, “o que te ajuda a ficar melhor?”. Evite rótulos sobre corpo, inteligência ou caráter.
Foque em comportamentos observáveis e ofereça feedback específico: “percebi que você estudou meia hora a mais hoje”. Troque o foco exclusivo no resultado pelo reconhecimento de esforço, estratégia e progresso. Estabeleça limites claros e consistentes; limites protegem. E modele o que cobra: se o adulto se maltrata verbalmente, o jovem aprende a repetir esse roteiro consigo mesmo.
Em lares conflituosos, algumas práticas são urgentes.
Conflitos do casal não devem ser resolvidos na frente dos filhos; se ocorrerem, faça “reparos visíveis”: pedir desculpas, explicar o que cada um fará diferente e reafirmar que a criança não é culpada.
Evite triangulação (“fale para sua mãe que…”); adultos falam com adultos. Combinar rotinas previsíveis (sono, estudo, refeições, tarefas domésticas) reduz ansiedade.
Crie rituais de conexão breves e diários - uma caminhada, o preparo do jantar, uma oração - e mantenha regras escritas e poucas, com consequências conhecidas.
Se houve separação, busque coparentalidade respeitosa: calendário claro, comunicação objetiva, jamais usar o filho como mensageiro. Quando existirem violência, ciúme doentio, uso de drogas, depressão grave ou ideação suicida, a prioridade é proteção e tratamento especializado.
A psicoterapia oferece um espaço seguro para nomear sentimentos, identificar gatilhos e disputar crenças negativas.
Na terapia cognitivo-comportamental, o adolescente aprende a diferenciar fatos de interpretações, a reestruturar pensamentos automáticos (“se eu erro, sou um fracasso”) e a testar comportamentos mais funcionais.
Em famílias desorganizadas, a terapia familiar e programas de habilidades parentais são potentes, afinal, o objetivo não é “apagar” fragilidades, e sim ampliar repertório, autoconsciência e autonomia sobre escolhas.
Prevenir reflexos na vida adulta passa por cultivar três pilares ao longo da adolescência: pertencimento, competência e autonomia.
Pertencimento nasce de vínculos calorosos e comunidades que acolhem diferenças;
A competência se alimenta de metas realistas, feedbacks que destacam estratégias e oportunidades de protagonismo: cozinhar uma receita, liderar um trabalho, organizar um evento.
Autonomia surge quando o jovem participa das decisões e aprende a lidar com consequências, com adultos por perto para conter riscos.
No mundo digital, conversem sobre comparação social e filtros; definam horários e pausas. Ao investir nesses pilares — e ao tratar as fissuras da família com responsabilidade e cuidado — a mensagem muda: “posso aprender, posso construir relações seguras”. Assim, a vida adulta deixa de ser ameaça e se torna campo real de possibilidades.
(*) Adriano de Oliveira,
psicólogo clínico e neuropsicólogo
CRP: 06/150383
Instagram: @psicologoadrianodeoliveira
29/09/2025 - A partida foi marcada pela intensidade na marcação, com o Bahia r[...]
29/09/2025
29/09/2025 - Em um mundo de rápidas transformações e desafios complexos, comp[...]
29/09/2025
GB Edições 29/09/2025 - A escassez de água é uma realidade “cada vez ma[...]
29/09/2025
Esta área é destinada para o leitor enviar as suas notícias e para que possamos inserí-las em nosso portal. Afim, da população ter informações precisas e atualizadas sobre os mais variados assunto
Envie a sua notícia por e-mail: